O Angioedema Hereditário é uma doença rara de origem genética, e acomete homens e mulheres. Entretanto, as mulheres portadoras de Angioedema Hereditário apresentam sintomas de maior frequência e intensidade do que os homens, e a principal suspeita é a interação hormonal do estrogênio.
Este hormônio é produzido pelos ovários e possui importantes funções relacionadas às características sexuais femininas. Em conjunto com o progesterona, desempenha o papel de regularização do ciclo menstrual feminino e na preparação do útero para a gravidez.
Observa-se que, em algumas mulheres, o início dos sintomas de AEH ocorrem na puberdade – justamente quando o estrogênio está em alta para desenvolver os seios e amadurecer o aparelho reprodutor feminino, resultando na menarca (primeira menstruação).
É por isso que as alterações hormonais dos períodos da menarca (primeira menstruação), TPM e menopausa podem influenciar na evolução do Angioedema Hereditário.
Portanto, contraceptivos e tratamentos hormonais com estrogênio oferecem risco à mulher com Angioedema Hereditário.
Porque o estrogênio é capaz de provocar crises de Angioedema Hereditário?
O Estrogênio provou-se responsável por interferir de forma ampla em diversos elementos delicados ao Angioedema Hereditário:
- Diminuição do inibidor de C1;
- Aumento da bradicinina e de seus receptores;
- Aumento do nível de fator 12, bem como sua ativação;
- Aumento do plasminogênio;
- Diminui a degradação da bradicinina
Por outro lado, a progesterona tem o efeito oposto, por isso, é recomendado como alternativa em contraceptivos.
A Dra Luisa Karla, especialista em Alergia e Imunologia explica a questão – assista: Angioedema Hereditário – Porque é mais comum nas mulheres?
Contraceptivos hormonais – somente com os progesterona
Os contraceptivos – sejam na forma de pílula oral, injetável, patch, anel vaginal ou DIU com estrogênio são contraindicados. A recomendação é utilizar pílulas ou dispositivos que contenham progesterona em sua composição. O mesmo vale para pílulas do dia seguinte (contracepção de emergência).
Aplicação de DIU (dispositivo intra uterino) – é seguro, mas esteja precavida
A inserção do DIU (com ou sem progesterona) não costuma representar risco de crise de AEH, não sendo recomendada a profilaxia com medicamentos antes do procedimento. Entretanto, é indicado estar em posse da medicação para crise no momento da aplicação, por segurança.
Barreiras mecânicas, químicas e mistas
Preservativos masculino e feminino, espermicida e esponja, diafragma e capuz cervical são, respectivamente, barreiras mecânicas, químicas e mistas capazes de serem utilizados sem oferecer nenhum risco à saúde feminina em relação às crises de Angioedema Hereditário.
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